Reabertura gradual

Aos poucos vou tentar recuperar este Castelo deixando que o nevoeiro volte a ele. Agora parece estar mais na moda o facebook e por isso porque não voltar ao Castelo. É no entanto preciso calma e paciência. Tenho que encontrar o modelo em que o quero enquadrar e ir criando espaço na minha rotina para de dar o seu espaço.
Até breve.

Réstias II

Acordo inebriado com este nevoeiro denso. Como pude enganar-me assim tanto, ontem. Não te encontrei nos meus sonhos. Ontem. É sempre assim, ontem, hoje ou amanhã. Apetece-me uivar de raiva. Não te encontre nos meus sonhos e andei devagar ontem. Não te encontrarei - tenho a certeza! Algo em mim me diz que já chegarei tarde. Porque andei ontem tão devagar, meu Deus?

E esta angústia que não parte. Ergo-me de novo. Já é tarde. Sinto-me um pouco desorientado com este nevoeiro, ainda assim...
*
27 Abril 2008

Réstias

Sabendo haver em mim uma réstia de esperança, caminho devagar, como quem reserva um último trago de forças para o momento final. Sinto-me como um profeta caminhando pelo deserto enquanto espera a aparição. A lua refresca-me um pouco a alma e tudo se torna agora mais claro. Sei porque não morri ainda no outro dia e sei também porque tenho ainda de caminhar todo este Caminho. Este caminho austero.
Fecho os olhos um pouco. Tomo um gole de água e respiro de novo. Torna-se cada vez mais dificil imaginar como estará ela agora. Veste-se de branco. Um branco cheio de Sol e de Lua e que inebria. Sou livre. Hoje sou verdadeiramente livre e por isso caminho por este Caminho. Creio que se levanta uma aragem para os lados do mar. Cada vez menos estrelas. O Sol começa a raiar e imagino que talvez seja a hora de descansar um pouco às pernas daquele sobreiro.
Tenho medo de fechar os olhos agora. Tenho muito medo querida. Sei que esperas por mim e por isso tenho medo. Quantas vezes falamos nós sobre este momento? Tu bem sabias que eu era assim, um rebelde por dentro. Um corpo e uma alma que corre, que corre para ti até chegar lá, bem fundo.
As estrelas. Vejo agora as estrelas de novo. Fecho o meu olhar então. Tenho medo. Este medo terrível de te encontrar entre as nuvens, perdida algures.
Tenho medo e vejo as estrelas. A lua aqui.

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26 Abril 2008

Ao ler um blog

Ao ler um blog verifico que uma velho amigo de guerra ainda se encontra vivo.
Corro para ele com ânimo.
É bom saber que ainda respira; sem dar sinais de vida antes, já o julgava subjugado por um qualquer pesadelo mortal ou, quem sabe, morto por uma viela qualquer.
Ainda bem que respira.
Afinal a guerra não mata sempre.

Chuva de Abril

Este ano estamos perante momentos de rara beleza, para quem gosta, obviamente. Para desespero de muitos, estamos a ser brindados com uns dias tipicos de inverno ou, no minimo, de Outono. E sabe bem, pelo menos a mim, olhar pela montra da farmácia e ver a chuva a cair lá fora.

Do outro lado da estrada - por onde os carros fazem o estranho ruido de pelo meio de poças infindáveis - está uma terra amanhada já com um batatal a despontar. E esta parte, o batatal a despontar, essa não a vejo nas chuvas de Outono...

As consequências do sobreendividamento

Um artigo no Diário Económico de quinta-feira talvez nos ajude a compreender o porquê do problema do sobreendividamento para a economia:
" Indivíduos sobreendividados têm três opções: reduzir a despesa para níveis inferiores ao rendimento, vender os activos a terceiros ou, no pior dos casos, incorrer em incumprimento. Acontece que a dívida de uma pessoa é o activo de outra; que a venda de uma pessoa é a compra de outra e que o incumprimento de uma pessoa é a perda de outra.

Se muitos indivíduos reduzirem os respectivos custos para poderem pagar a dívida, a economia vai entrar em crise. Se muitos tentarem vender os activos que detêm, os preços vão cair. E se muitos incorrerem em incumprimento, os intermediários financeiros vão implodir."

Martin wolf, tradução de Ana Pina

Fernando Alves

Sem dúvida que há uma voz a que associo a rádio - a voz do Fernando Alves. É aliás esta a minha forma de começar a manhã. A caminho do emprego, os sinais da TSF.